MARCHA MUNDIAL DAS MULHERES NA GALIZA
[Ediçom em Galego-Português]

Boletim de Ligaçom Internacional,
Maio de 2003, Volume 6,
Numéro 2


SUMÁRIO:

. A Marcha Mundial das Mulheres Um Movimento Irreversível
. Unidas contra a Guerra e a Violência
. Valorizar Nossa Diversidade
. Em Acçom para 2005.
. De Regiom em Regiom
. Grupos de Trabalho e Coletivos
. Organizar-se para umha Melhor Atuaçom
. Próximos Encontros
. Movilicemosnos!
. Colaboradoras


Boletim de ligaçom, Maio de 2003, Vol. 6, numéro 2

A Marcha Mundial das Mulheres Um Movimento Irreversível

umha centena de participantes foram, do 18 ao 22 de março, ao Quarto Encontro Internacional da Marcha Mundial das Mulheres que se celebrou em Nova Delhi, a Índia, entre as quais tinha umhas cinquenta delegadas internacionais provenientes de 36 países e territórios, com o propósito de mancomunar suas análises da conjuntura e preparar as acçons da Marcha que se levarão a cabo em 2005. A presença de várias observadoras e representantes da Marcha e do movimento das mulheres índias foi muito enriquecedora e importante para este primeiro encontro celebrado no Sul. Além das Coordenacçons Nacionais presentes, uns 40 países nos expressaram seu desejo de participar ao Encontro e sua tristeza por nom poder fazê-lo por várias razons, ¡o que nos indica que neste momento a Marcha está ativa ou se está mobilizando de novo em 78 países e territórios!

Os objetivos do Encontro eram os seguintes:

Apresentar um panorama geral da conjuntura mundial em funçom dos objetivos da Marcha e aprofundar nossa análise feminista.

Aprovar um plano estratégico de acçons para a Marcha Mundial das Mulheres de 2003 a 2005.

Aprovar a estrutura da MMM (instâncias decisorias, membresía, funcionamento interno, financiamiento, relacçons entre as entidades coordenadoras e as coordenacçons internacionais, etc.)

Aprovar um plano de trabalho comum.

Neste Boletim de ligaçom especial se plasmam as principais decisons tomadas e as duas declaracçons adotadas durante o Encontro e, para dar-lhes melhor conta do ambiente e do desenvolvimento do evento, em vários enquadrados encontrarám extratos de textos que algumhas delegadas redigiram para transmitir à lista de discussom das Coordenaçons da Marcha ao longo do Encontro.

A convidamos igualmente a ir ver as fotos do Encontro no lugar Web da Marcha na direçom seguinte: www.ffq.qc.ca/marche2000/photos/4erencontre.html

“Algumhas celebraram Holi, a festa indiana das cores, muito a sua maneira. Perto de 100 mulheres, oriundas de 36 países do mundo inteiro, reuniram-se esta manhá com motivo do Quarto Encontro Internacional da Marcha Mundial das Mulheres que tem lugar no Centro de Congressos da Universidade Jamia Hamdard. Ao redoble dos tambores e sob umha explosom de talco vermelho, verde e rosa, as mulheres dançaram ao ritmo do Dhole e fizeram um chamado unánime a favor da “humhanizaçom do planeta”.

“O dia começou com umha acolhida cheia de flores, bailes, tambores, cores e suntuosos trajes e culminou com umha obra de teatro “comprometido” que sacou à luz os problemas acarreados pelas tradiçons e a falta de educaçom. Esta primeira jornada se fechou com um canto de esperança, presságio de quatro dias de vitórias acumuladas com motivo deste Quarto Encontro Internacional.”
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Unidas contra a Guerra e a Violência


Este Quarto Encontro Internacional se realizou umha vez mais sob a ameaça de guerra. Em 2001, nosso encontro teve lugar umhas semanas depois do 11 de setembro e uns dias antes que começassem os bombardeios em Afeganistám. Este ano, é com a ameaça de umha guerra contra Iraque que se iniciou nosso encontro.

Redigir e adotar umha declaraçom contra essa guerra foi portanto nossa primeira tarefa. Lançamos um chamado a todo os grupos da Marcha a organizar acçons para manifestar nossa oposiçom à guerra e exigir, a semelhança de muitos outros grupos do planeta, que seja convocada urgentemente a Assembleia Geral das Nacçons Unidas para pôr fim a estes ataques e chamar à paz. A resoluçom 77 da ONU outorga a esta assembléia a faculdade de suspender a decisom do Conselho de Segurança quando este nom cumpre com sua tarefa de manter a paz. Voltamos a reiterar nosso compromisso de trabalhar a favor da construçom da paz exigindo a nossos governos soluçons políticas negociadas para todos os conflitos armados, negociaçons nas quais as mulheres devem ser plenamente partícipes: bem como a proibiçom total da produçom e venda de armamento e o compromisso de nossos governantes a pôr em prática políticas de desarmamento tanto no que se refere às armas convencionais como às nucleares e biológicas. O 20 de março nos abocamos todas às ruas de Delhi para manifestar nossa rejeiçom da guerra.

“Mulheres de diferentes cores e tamanhos, representando 36 países, tomaram-se da mam para demonstrar que há todavia umha parte da humhanidade que crê no direito à vida e à liberdade de todas as pessoas. Consignas em espanhol, francês, inglês, hindi e outros idiomas se sobrepunham ao bullicio da rua dizendo numha só voz “nom à Guerra” e “Sim à paz”. Era interessante ver o grande número de polícias enviados para conter a manifestaçom. Sua presença, no entanto, nom amainó o entusiasmo das mulheres, quem uniram suas vozes em cantos de paz, reiteraram seu compromisso com a liberdade e a democracia e distribuíram cópias do chamado das mulheres contra a guerra dos Estados Unidos em Iraque a jornalistas, polícias e transeuntes.”

Em bom número de países, a prioridade dos grupos da Marcha é a construçom da paz em situacçons de conflitos armados. Para a Coordenaçom Regional dos Grandes Lagos africanos (Ruanda, Burundi, República Democrática do Congo) , por exemplo, a participaçom da mulher nas negociaçons de paz é um trabalho prioritário. Por outra parte, a presença de bases militares estrangeiras é motivo de grandes mobilizaçons em Filipinas, Bangladesh, Coréia, Colômbia, Equador e Brasil. Criou-se um Coletivo no seio da Marcha para trabalhar precisamente sobre este importante tema da militarizaçom e a paz. O grupo de trabalho sobre a violência para as mulheres se deu como prioridade o tráfico sexual, manifestaçom extrema das realidades das mulheres em condiçons onde se dam à vez pobreza e violência sexista num contexto de mundializaçom neoliberal. Aliás, vários países asiáticos presentes no Encontro trabalham já ativamente sobre este tema dentro da CATW (Coligaçom contra o tráfico das mulheres).
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Valorizar Nossa Diversidade


Após ter elaborado e tomado posiçom contra a guerra, pusemo-nos a trabalhar para construir esse outro mundo no que cremos. Adotamos umha declaracçom que reflete os valores sobre os quais queremos sentar nossas acçons e as motivacçons que nos fazem querer continuar o trabalho. Estas se podem resumir da maneira seguinte: a Marcha Mundial das Mulheres crê na mundializacçom da solidariedade, valoriza a diversidade do movimento das mulheres, crê na liderança da mulher, na necessidade de confrontar idéias e estratégias com outros grupos feministas e movimentos sociais, crê na importância de um movimento internacional de mulheres autônomo, transparente, democrático e criativo e na importáncia de forjar alianças com outros movimentos sociais (veja-se o texto completo mais abaixo).

“Dada a diversidade intercultural e lingüística das participantes, provenientes de países e regions muito diferentes do mundo, o texto suscitou umha grande variedade de interpretaçons. Estes intercámbios foram, no entanto, muito importantes para dar clareza e atingir um entendimiento comum entre todas as delegadas, o que permitiu que finalmente se aprovasse a Declaraçom sobre os valores da MMM. Durante o almorço as mulheres se reuniram por regions para trocar sobre as acçons e planos regionais a futuro. Examinaram-se projetos conjuntos para abordar problemas de preocupaçom comum. Lembrou-se também organizar reunions regionais com miras a conseguir umha coordenaçom mais eficiente. ”
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Em Acçom para 2005.


O Encontro da Índia tinha como objetivo principal a adoçom de um plano de acçons que nos conduza a 2005, ano no qual desejamos organizar novamente umha acçom comum a escala mundial. Debatemos e aprovamos umha proposta de acçons para 2005, ficando-nos por determinar ainda certos elementos desta acçom mundial, no entanto, as Coordenacçons Nacionais se comprometeram a encontrar e construir a ferramenta que nos permita interpelar, a escala local, nacional, regional e mundial, aos tomadores de decisons e a nossas respectivas sociedades.

Considerando a urgência de propor alternativas económicas, políticas, sociais e culturais para a construçom desse outro mundo possível, baseado na igualdade entre mulheres e homens e entre todos os seres humanos e os povos, e no respeito do medioambiente de nosso planeta e considerando também a necessidade de comparar nossas visons deste outro mundo entre nós as mulheres e com as organizaçons aliadas, tanto a escala local como nacional, regional ou internacional, contamos:

- Elaborar umha Carta Feminista para a Humhanidade, o que quer dizer que nós as mulheres tomamos a iniciativa de propor as grandes linhas de umha Carta para outro mundo possível, em funom de valores universais e feministas. Este documento se criará mediante um processo de educaçom popular e sera adotado pelas Coordenacçons Nacionais em 2004 e se inspirará nas 17 reivindicacçons mundiais da Marcha para adiantar propostas de alternativas. Se entregará esta carta às instituiçons internacionais (ONU, FMI, Banco Mundial, OMC), aos governos nacionais, aos movimentos sociais e a nossas comunidades respectivas.

- Organizar marchas de relevos, de regiom em regiom, de país em país, de aldeia em aldeia. A carta será o relevo que se passará de mão em mam e se iniciará a marcha o 8 de março de 2005. Estas marchas culminarám com umha acçom simultánea nas diversas regions do mundo em outubro ou Novembro de 2005.

- Confeccionar umha imensa manta de retazos (tipo “patchwork”). Com motivo da Marcha de relevos, se convidará às mulheres a ilustrar a Carta com retazos sobre os quais deixariam plasmada suas realidades. Este bocado de tela acompanhará a Carta, é dizer o relevo. As mulheres, em seus países, cidades e aldeias receberiam os retazos feitos pelas mulheres de outras regions do mundo.

Se utilizará esta carta durante as diversas acçons nacionais, regionais ou internacionais e se apresentará às Naçons Unidas, ao Banco Mundial e ao Fundo Monetário Internacional com motivo de umha acçom que fica por determinar. Esta vez também, a acçom se localizará dentro de um processo de educaçom popular mediante o qual cada grupo participante poderá unir as vozes das mulheres e tecer laços entre as alternativas propostas pelas mulheres de diversos países.
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De Regiom em Regiom


Durante o Encontro se trabalhou também em Comités regionais para acotar a conjuntura e o estado atual das acçons da Marcha nos diversos países. Estas podem agrupar-se em três campos de luta:

Acordos de livre-comércio e Dívida externa.

Guerra, conflitos armados, militarizaçom e violência para as mulheres.

Tráfico sexual, prostituiçom e mercantilizacçom do corpo feminino.

Estes encontros regionais permitirám ademais às delegadas começar a planificar as acçons regionais para 2005. A mobilizaçom atual da Marcha fai-nos pensar que em várias regions nom só se organizarám acçons nacionais em 2005 senom que terá coordenaçom de acçons a escala regional. As mulheres mediterráneas já estám falando da possibilidade de um barco pela paz em 2005 que se parará em portos do Mediterráneo para levar a cabo acçons em torno do tema das mulheres e a luta contra a militarizaçom. As mulheres das Américas estám pensando em termos de acçons continentais da MMM contra o ALCA (Área de Livre Comércio das Américas) organizando, entre outras atividades, um encontro de mulheres da Marcha que precederá as jornadas continentais contra o ALCA que se levarám acabo em Maio de 2004. As europeias, além do Fórum das mulheres que antecederá ao Fórum Social Europeu em Novembro de 2003, estám organizando umha grande mobilizaçom da MMM em Galiza em Maio de 2004. As africanas por seu lado desejam mobilizar-se para organizar estudos e acçons sobre o impacto da NEPAD (Nova Sociedade para o Desenvolvimento de África) sobre as mulheres. Enquanto, as mulheres de Ásia e Oceania pensam organizar-se regionalmente e levar a cabo acçons ao redor do tema da mulher e os conflitos armados, a emigracçom e o tráfico sexual, a segurança alimentaria e a violência doméstica.

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Grupos de Trabalho e Coletivos


Com o propósito de continuar o trabalho da Marcha Mundial das Mulheres em torno aos três eixos de intervenom e os dois temas centrais (a erradicaçom da pobreza e da violência para as mulheres), creiamos grupos de trabalho e coletivos internacionais.

Os grupos de trabalho tenhem como objetivo aprofundar a reflexom e armar ferramentas para apoiar às Coordenaçons Nacionais e ao Secretariado Internacional da MMM. Ademais, fazem avançar e ponhem em relevo o debate sobre nossa plataforma de reivindicaçons mundiais, ao trabalhar sobre os temas e discussons que queremos aprofundar, e velam pela difusom de nossas reflexons entre as Coordenaçons Nacionais por meio do Secretariado. Estes grupos tenem a responsabilidade de:

Identificar o conteúdo dos temas por aprofundar, as pessoas e redes que trabalham sobre dito tema e com quem podemos realizar acçons comuns.

Identificar os fóruns e espaços de debate sobre o tema e organizar um calendário com eventos prioritários nos quais se deveria assegurar a presença das militantes da MMM.

Elaborar textos de informaçom e debate e difundí-los por meio de correio eletrônicos ou incluindo-os nas publicaçons da Marcha.

Propor e realizar atividades de formaçom.

Os coletivos som Comités internacionais da Marcha cuja tarefa é dar a conhecer a Marcha e ampliar sua influência exterior. Contrariamente aos grupos de trabalho, que podem trabalhar por regiom ou num só idioma, os coletivos devem compor-se de umha mulher por regiom. Os grupos de trabalho funcionam de maneira mais autônoma do que os coletivos, que só pode criar o Encontro Internacional e que tenhem que dar conta ao Comité Internacional e ao Secretariado. Os coletivos tenhem a responsabilidade de :

Assegurar que tenha representacçom da MMM nos espaços importantes para sua acçom.

Contribuir à identificacçom e articulaçom das pessoas, grupos e redes que atuam num mesmo setor;
Produzir material informativo, relatórios de atividades e de debates políticos que se dam em seu espaço de acçom.

Promover seminários, atividades de formaçom e encontros.

O grupo de trabalho sobre as alternativas econômicas feministas tem como mandato aprofundar a análise feminista dentro das alternativas económicas; publicar os textos e informar sobre os intercámbios realizados durante o seminário organizado no marco do FSM 2003, centrando-se na relaçom entre a produçom e a reproduçom e na noçom de riqueza; manter o dialogo com redes afins; atualizar a plataforma de reivindicacçons e propor orientacçons de acçons incluindo nelas acçons ao redor da OMC, o ALCA, a Nova Sociedade para o Desenvolvimento Africano (NEPAD) e outros acordos regionais neoliberais.

O Grupo de trabalho sobre a violência para as mulheres trabalhará prioritariamente sobre o tema do tráfico sexual e terá o mandato de aprofundar o debate para apoiar nossas estratégias de acçom de maneira a estabelecer umha relaçom entre o local e o internacional, e dirigidas particularmente à preveçom da violência e ao apoio das mulheres para que possam sair-se de situacçons de violência; centrar a reflexom na relaçom entre a mundializaçom neoliberal e a violência para as mulheres; publicar os textos e o conteúdo dos debates que resultaram do seminário organizado no marco do FSM de 2003 sobre a mercantilizaçom do corpo das mulheres e afondar nossos conhecimentos sobre o tráfico sexual para propor acçons destinadas a combatê-lo.

O Grupo de trabalho sobre o direito das lesbianas está sob a coordenaçom dos Países Baixos com o propósito de reunir informaçom sobre as situaçons das lesbianas no mundo e remetê-la às Coordenaçons Nacionais, bem como identificar militantes no mundo inteiro para estabelecer laços com a MMM e organizar um seminário de formaçom sobre o tema.

O Coletivo Alianças e mundializaçom tem a tarefa de organizar nossa participaçom nos próximos Foruns Sociais Mundiais incluindo a mobilizaçom, a produçom de material de informaçom e a Organizaçom de atividades; participar no Comité Internacional; fazer que as Coordenaçons Nacionais e Regionais se envolvam nos processos nacionais e regionais do FSM; coordenar a presença da Marcha nas acçons e a Rede Mundial de Movimentos Sociais; encarregar-se da avaliaçom e o seguimento do processo do FSM e da Rede Mundial de Movimentos Sociais. Este coletivo está dirigido pela Marcha em Brasil.

Suiça tem a coordenaçom do Coletivo sobre as comunicaçons, cujo mandato é o de assegurar a circulaçom da informaçom entre o Secretariado, o Comité Internacional e as Coordenaçons Nacionais; produzir um boletim de ligaçom internacional com umha divisom de tarefas por regiom, avaliar a comunicaçom com os grupos participantes e ajudar a melhorá-la; velar pela atualizaçom e o enriquecimento de nosso lugar Web; elaborar umha política de acçom destinada a nossa Rede de Alerta e preparar um plano de comunicaçons para 2005.

O Coletivo sobre a paz e a militarizaçom está dirigido pela Coordenaçom Regional dos Grandes Lagos africanos (Ruanda, Burundi e a República Democrática do Congo) e tem o mandato de elaborar umha política de intervenom da Marcha neste campo, assegurar a participaçom da MMM nas mobilizaçons contra a militarizaçom e os múltiplos conflitos armados, etc., e elaborar análise e informaçons sobre estes temas.

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Organizar-se para umha Melhor Atuaçom


Em julho de 2002, as Coordenaçons Nacionais da Marcha receberam um primeiro documento com miras à preparaçom do Encontro Internacional na Índia. Após recolher os comentários e as propostas contidas nas respostas a dito documento, o Comité de Seguimento da Marcha (constituído em Montreal depois do Terceiro Encontro Internacional para assegurar o seguimento das decisons tomadas no Encontro) formulou umha série de propostas concretas para sua aprovaçom na Índia. É no marco deste processo preparatório que discutimos nom só nosso plano de acçom mas também a estrutura que nos queremos dar para que nos ajude a melhorar nossa atuaçom dentro desta vasta rede e movimento internacional de grupos de mulheres em acçom.

Apresentamos aqui elementos de base que nos guiaram em nossos intercámbios:

Valores: a estrutura deverá refletir os valores da Marcha Mundial das Mulheres, é dizer: um movimento encabeçado por mulheres, umha liderança compartilhada entre as regions do mundo com autonomia dos países no que à Organizaçom das acçons se refere, reconhecimento e valorizacçom da diversidade e do pacifismo.

Objetivos: a estrutura deverá estar supeditada ao cumprimento dos objetivos da MMM (manter o movimento de solidariedade entre os grupos de mulheres das bases, fomentar e apoiar o processo de educaçom popular, etc.);
Eixos de acçom: a estrutura organizativa deverá permitir à Marcha atuar conforme a seus três eixos (aliança com o movimento antiglobalizaçom, presença nos grandes encontros internacionais e Rede de Alerta).

Acçons: a estrutura deve fortalecer nossa rede feminista de acçons a escala internacional e o plano estratégico de acçons adotado na Índia.

A experiência dos movimentos feministas: a partir de nossas críticas das estruturas tradicionais ou da ausência destas (é dizer ausência de estrutura explícita e formal), concluímos que desejamos umha estrutura explícita transparente em seus processos decisórios e que facilite a participaçom.

O Comité Internacional

Estabeleceu-se, com o propósito de assegurar o seguimento e velar pela realizaçom das acçons de 2005, um Comité Internacional composto de representantes eleitas provenientes das diversas regions do mundo. Os critérios de seleçom das integrantes deste Comité som o compromisso de defender os interesses e posiçons feministas e a vontade de respeitar as decisons tomadas ainda se estas possam resultar contrárias a suas posiçons pessoais. O Comité se reunirá duas vezes por ano e funcionará de maneira colegial e seus integrantes, cujo papel nom é de só brindar umha representatividade regional, senom também de defender os interesses globais da Marcha, se compartilharám as tarefas entre elas.

As representantes eleitas no Encontro da Índia som:

Miriam Nobre (Brasil),
Awa Ouedraogo (Burkina Faso),
Shashi Sail (Índia),
Nadia De Mond (Itália),
Emily Naffa (Jordânia),
Charlot Pierik (Países Baixos),
Rosa Guillen (Peru),
Caridad Ynares (Filipinas),
Omaima Elmardi (Sudán),
Diane Matte (Secretraido Internacional)
e a Rede de Mulheres Indígenas das Américas (representante por determinar).

A primeira reuniom do Comité está prevista para julho próximo nos Países Baixos.

Secretariado Internacional da Marcha Mundial

Na Índia se decidiu que o Secretariado Internacional da Marcha Mundial das Mulheres permanecerá em Quebec até o final das acçons de 2005. Quebec continuará assumindo a coordenaçom mundial da Marcha. Ainda se na Índia nom se decidiram definitivamente os critérios para poder acolher o Secretariado, falou-se da necessidade de que o país anfitriom tenha umha coordenaçom nacional operativa que tenha participado nas acçons mundiais, esteja arraigada no movimento de mulheres de seu país e tenha umha ampla influência sobre este. Deverá ter também a capacidade de mobilizar fundos para manter o Secretariado Internacional no país e poder assegurar-lhe um estatuto legal.

Financiamiento

O financiamiento de nossas acçons e nosso funcionamento segue sendo um problema de magnitude para a consolidaçom da Marcha Mundial das Mulheres. Desafortunadamente, na Índia, nom pudemos discutir a fundo os desafios que constitui a busca de fundos a escala internacional nem encontrar soluçons criativas para solucionar o problema. Um dos primeiros mandatos do Comité Internacional é, aliás, o de trabalhar com o Secretariado Internacional para assegurar a estabilidade financeira da Marcha, em particular a do Secretariado mesmo, e para encontrar os meios adequados que nos permitam realizar nosso ambicioso plano de trabalho.

Umha das maneiras com a qual os grupos participantes podem apoiar o Secretariado e ao trabalho internacional da Marcha é adquirindo exemplares adicionais de ”Mulheres em Marcha, Miradas sobre as acçons e reivindicacçons da Marcha Mundial das Mulheres”. Como sabem, este álbum de 64 páginas a todo cor descreve as grandes etapas desta bela aventura em francês, inglês e espanhol. Os grupos participantes podem comprá-lo a $USA 10 (mais gastos de expediçom) e se oferecem rebaixas aos que encarreguem vários exemplares, Vários grupos poderiam agrupar-se e fazer pedidos coletivos. umha linda maneira de fazer um donativo à Marcha difundindo à vez esta impressionante publicaçom! Podem fazer seu pedido por facsímil ao (1) 514-395-1224.

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Próximos Encontros


Ao final do Encontro da Índia nos demos citaçom em 2004 para nosso próximo Encontro Internacional durante o qual adotaremos nossa Carta Mundial das Mulheres para a Humhanidade. Este Encontro se levará a cabo em Ruanda ou em Peru. De aqui lá, convidamos a todas a começar o processo de educaçom popular com miras à adoçom da carta e a Organizaçom das acçons mundiais de 2005 em nossas cidades, países e regions do mundo. Pensamos-lhes enviar dentro de uns meses documentos para facilitar a mobilizaçom e a elaboracçom de seus planos de acçons.

A Marcha Mundial das Mulheres está bem viva e presente em quase oitenta países e territórios. A reuniom da Índia nos demonstrou novamente nossa força e criatividade. Dotamo-nos de um plano de acçom ambicioso, um projeto mundial e colectivo que nos estimula, mobiliza, multiplica nossas forças e, esperamos, nos levará, junto com todos os outros movimentos alternativos do mundo, a deter o desastre comunitário e planetário que está criando o sistema neoliberal e patriarcal, e a fazer do Século 21 um século onde reine o pleno exercício dos direitos da mulher, o compartilhar solidário da riqueza e se erradique, “umha vez por todas”, as violências para as mulheres.
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Movilicemosnos!


Nos meses vindeiros, vários eventos nos chamarám a mobilizar-nos com o conjunto dos movimentos sociais. Em Jjunho está a reuniom do G8 em Evian, França, na qual as mulheres da Marcha em Europa estarám presentes. Em setembro, a próxima reuniom da Organizaçom Mundial do Comércio se verá enfrentada a umha mobilizaçom similar à de Seattle, umha decisom tomada polos movimento sociais cada vez mais preocupados pola indiferença com a do que os poderosos deste mundo socavan nossos lucros e condenam a setores crescentes das populaçons do Sul a um estado de sobrevivência e de dependência da boa vontade dos mercados e dos governos do Norte. Quando a isto se lhe adiciona a crescente militarizaçom e o estado de guerra perpétua decretado pelos Estados Unidos e seus aliados, a mobilizaçom se volta urgente. O movimento das mulheres estará, como se deve, presente em Cancum. A Marcha Mundial em México está preparando, junto com outros grupos feministas, um fórum internacional sobre os direitos das mulheres dentro do âmbito dos acordos de comércio que se levará a cabo nessa cidade o 8 e 9 de Setembro próximos. As convidamos a que pensem em enviar umha delegaçom para participar a esta mobilizaçom. Lhes indicaremos mais demore se o Comité Internacional da Marcha prevê realizar outras atividades com motivo de dito evento.

Recordamos-lhes também que, em agosto próximo, as mulheres rurais de Brasil organizam sua 2a Marcha da Margaridas para comemorar a violenta morte de umha das suas e reclamar o acesso à terra, o reconhecimento de seus direitos e o fim da violência. Se seu grupo está em contato com grupos de mulheres rurais, convidem-nas a enviar delegadas à capital brasileira para participar a esta marcha. Podem contatar a Marcha em Brasil para maior informaçom. Aliás, as mulheres da Marcha das Margaridas quisessem que os grupos participantes reflexionassem sobre a possibilidade de organizar o ano próximo umha marcha das mulheres rurais de seus países.

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Colaboradoras


Agradecemos a todas as colaboradoras deste número do Boletim de ligaçom: Nancy Burrows (Secretariado Internacional), Anelyn DeLuna (Tailândia), Nicole Kennedy (traductora para em inglês), Diane Matte (Secretariado Internacional), Miriam Nobre (Brasil), Awa Ouedraogo (Burkina Faso), Magaly Sala-Skup (traductora para o espanhol), Anja Sehic (Sérvia-Montenegro), Michèle Spieler (Suiça), Harleen Walia e a equipe de comunicaçons do Encontro Internacional (Índia) e a todas as delegadas do Encontro por seu incrível trabalho de redacçom coletiva das duas declaraçons.

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