BOLETIM INFORMATIVO
Coordenadora Nacional
da Marcha Mundial das Mulheres na Galiza
Novembro-2003
Ano I
nº 2


Boletim Informativo, ano I, nº2, 2003

A Marcha Mundial das Mulheres na Galiza no Fórum Social Europeo
París - Bobigny, do 12 ao 15 de Novembro de 2003
. Junta Europeia para os Direitos das Mulheres
Bobigny - Parc de la Bergère, 12 novembre 2003

. Manifesto por umha Europa das Mulheres
Documento comum, como guia de acçom nas vindeiras convocatórias

25 de Novembro combatendo a violência, combatendo a desigualdade
. Dia Internacional de Luita contra a violência de Género
Manifestaçons e Concentraçons em toda Galiza o 25 de Novembro

Com as Mulheres, por umha outra Europa, por um outro Mundo
Junta Europeia para os Direitos das Mulheres
12 novembre 2003
Bobigny - Parc de la Bergère

A Quarta-Feira 12 de Novembro, tivo lugar em Bobigny, umha Junta Europeia para os Direitos das Mulheres, antes do Fórum Social Europeio [FSE], onde, centos de mulheres, amosamos nossa vontade de criar um sítio próprio dàs mulheres na alternativa que todas e todos queremos construir.

A Junta foi organizada polas associaçons e organizaçons de toda Europa que estám actuando no processo de construcçom do FSE, com a finaldade de amosar os problemas ligados à opressom das mulheres; de denunciar as políticas neoliberais que acentuam esta opressom; de valorizar as luitas das mulheres e das associaçons feministas.

A Junta Europeia para os Direitos das Mulheres estivo organizada como um espaço de encontros, permuta de experiências; de projetos de resistências e alternativas: um espaço para construir redes e imaginar umha vista alternativa da economia, da política, da comunicaçom, das bio-technologias, das migraçons, numha sociedade que respecta as diferenças.

Na Junta, elaboru-se um documento comum, como guia de acçom nas vindeiras convocatórias:

MANIFESTO POR UMHA EUROPA DAS MULHERES
[Bobigny, 12.11.2003]

A Delegaçom da Coordenadora Nacional da Marcha Mundial das Mulheres na Galiza, estivemos presentes na Junta Europeia, mas também participamos em diferentes espaços do evento europeio, montando um stand com o nosso material e propaganda, repartindo miles de folhas informativas do Manifesto da Coordenaçom Europeia, convocando a Mobilizaçom de Maio de 2004, na Galiza e participando na Manifestaçom do Fórum Social Europeio.
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Manifesto por umha Europa das Mulheres.

Manifestamos-nos contra a Europa machista, sexista, patriarcal e discriminatória.

Denunciamos o tratado constitucional:

· Pois ignora a igualdade entre homens e mulheres. O tratado constitucional deve reconhecer a igualdade entre os homens e as mulheres como um valor identitário.

· Pois permite umha ofensiva dirigida a introduzir a herdança cristiám pese a que esta se debilitou durante o último século. Com isso o que está em jogo é o conjunto das conquistas das mulheres no ámbito das liberdades e, sobretudo, do direito a eleger, a divorciar-se, a trabalhar... Ceder a essas pressons acentuaria o peso do patriarcado.

· Pois consagra posiçons liberais baseadas no "respeito de umha economia de mercado no que a concorrência é livre". Isso significa o desaparecimento do Estado de bem-estar e o qüestionamento dos serviços públicos.

· Pois pretende desenvolver umha política de defesa comum em estreita colaboraçom com a OTAN, o que arrastará todavia um pouco mais aos Estados da Uniom Européia a umha política militarista.

Manifestamos-nos contra:

· A Europa fortaleza dos acordos de Schengen que, com suas opçons "securitarias", proibe a circulaçom das pessoas e desenvolve umha política que penaliza, exclui e empurra à clandestinidade aos imigrantes, especialmente às mulheres.

· Umha Europa que, com as políticas liberais, empobrece cada vez mais às mulheres, reforça as desigualdades profissionais e o tempo parcial imposto, despede, e em onde as pensons e aposentadorias das mulheres som muito baixas e em alguns casos inexistentes .

· Umha Europa que se cala ante as violências contra as mulheres, a mercantilizaçom de seus corpos e a escravatura moderna

· Umha Europa que intervém ou apoia as guerras que se produzem no mundo inteiro.

Nós, mulheres reunidas este 12 de novembro na abertura do Fórumm Social, afirmamos que outra Europa é possível:

· Umha Europa da paz, desmilitarizada e que rejeite a guerra como solução aos conflitos internacionais

· Umha Europa dos direitos humhanos, econômicos e sociais

· Umha Europa que desenvolva o conjunto dos serviços públicos, sobretudo os serviços às pessoas, assumidos maioritariamente pelas mulheres

· Umha Europa em onde as mulheres façam ouvir sua voz e participem em igualdade na tomada de decisons

· Umha Europa da livre circulação das pessoas, que reconheça umha cidadania plena e inteira a toda pessoa que viva em seu território

· Umha Europa onde as mulheres disponham livremente de seu corpo, com o aborto e a contracepçom livres e gratuitos

· Umha Europa que respeite a orientaçom sexual

· Umha Europa laica, que se oponha à ascensão dos integrismos religiosos e assegure a aplicaçom e os progressos dos direitos fundamentais e humhanos das mulheres

· Umha Europa que garanta o direito a um emprego e a um salário decente, com o cesse das políticas que desenvolvem o tempo parcial

Para impor essa Europa propomos realizar campanhas ao redor dos eixos definidos nos seis obradoiros: Mulheres e guerras, Trabalho, precariedade e pobreza, Violências, Direitos sexuais e reprodutivos, Mulheres migrantes, atrizes de outra Europa, Mulheres e poder: desafios para outra Europa.

Estas campanhas se inserem nas lutas desenvolvidas pelo conjunto dos movimentos sociais por umha Europa dos direitos sociais e da igualdade.

As lutas e as reivindicaçons das mulheres nom som -específicas-; pola contra, estám no coraçom das luitas contra a mundializaçom liberal:

· Porque afetam tanto ao conjunto das mulheres como ao dos homens

· Porque ponhem em questom as bases mesmas da organizaçom patriarcal e capitalista

Reuniom de Mulheres no Fórum Social Europeio 2003
Bobigny, 12 de Novembro de 2003

Junta Europeia para os Direitos das Mulheres

[12.11.2003]

Se nom podes baixar a página utiliza o programa que podes baixar aqui

Fórum Social Europeio
[12, 13, 14 e 15 de Nov. 2003]
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COMBATE A VIOLÊNCIA, COMBATENDO A DESIGUALDADE

25 DE NOVEMBRO, DIA INTERNACIONAL DE LUITA CONTRA A VIOLÊNCIA DE GÉNERO

Actos no 25-N de 2003

Marcha Mundial das Mulheres na Galiza

Os assassinatos de mulheres e nenas estám mostrando que a violência de género no nosso país nom remite nem desaparece. Oito mulheres assassinadas na Galiza no que vai de ano, mais de oitenta no Estado Espanhol. As feministas sabemos que as medidas tomadas polo governo do PP nom som suficientes. Seguimos reivindicando umha Lei Integral contra a violência ainda conscientes de que só arrincando as raízes onde se assenta, poderemos ver o fim da violência que se exerce contra nós. Estamos certas de que a violência de género se alimenta da desigualdade, da marginaçom e opressom que as mulheres e nenas sofremos. A desigualdade salarial, a desigualdade na ocupaçom laboral, a desigualdade de direitos pola imigraçom, a desigualdade nas relaçons afectivas e nas opçons sexuais, na utilizaçom do tempo, na preséncia na cultura, no desporto, no ócio, na participaçom política e social... Fruto dessa desigualdade som os milheiros de denúncias por agressom, e som também as agressons nom denunciadas, as vividas no silêncio, as agressons físicas, psicológicas e económicas. O Partido Popular nom pode dizer que combate a violência de género porque, entre outras cousas, a sua política gera desigualdade, e no parlamento espanhol votou em contra dumha Lei Integral contra a Violência de Género.

Nesta data, as feministas de todo o planeta levantamos a voz especialmente polas mulheres assassinadas e desaparecidas em Ciudad Juárez (México), um verdadeiro femicídio numha zona fronteiriça de forte imigraçom que nos lembra a situaçom de vulnerabilidade absoluta na que se encontram as mulheres imigrantes no nosso país. Sem direito à residência, sem direito à saúde, à escolaridade... Cómo denunciar e defender-se ante as agressons? Cómo proteger-se das redes de traficantes de mulheres? Cómo fugir dos campos de reclussom do estado? O Partido Popular nom pode dizer que combate a violência de género se mantém, entre outras cousas, a Lei de Estrangeiria negando os direitos fundamentais das mulheres e nenas imigrantes.

As feministas também unimos as nossas iras para denunciar as situaçons de guerra que sofrem mulheres e crianças em todo o mundo, especialmente em África, mas também em Iraque, Afganistam, Chechénia e Sri Lanka. Estamos empenhadas em cambiar o mundo. Nom se pode soster umha situaçom planetária onde se destinam mais recursos a eliminar a vida que a protegé-la. As violaçons massivas, o tráfico de mulheres e nenas para os prostíbulos dos exércitos..., as casas e povos destruidos, os corpos mutilados e enfermos, a fame, o trabalho da reconstrucçom e manutençom da vida na posguerra..., som as trágicas herdanças que nos deixam os valores machistas agochados detrás dos exércitos, das políticas armamentísticas, das guerras preventivas, das agressons armadas... o Partido Popular nom pode dizer que combate a violência de género quando entre outras cousas, aumenta ano trás ano os orçamentos militares e participa nas guerras que propícia no mundo o governo de EEUU.

As feministas que caminhamos unidas na Marcha Mundial das Mulheres cremos no fim da violência num mundo em igualdade, justo, solidário e democrático. Para nós, esse outro mundo possível já está em marcha. Imo-lo dizer este 25 de Novembro nas concentraçons organizadas nas principais cidades do país, e imo-lo dizer na grande mobilizaçom de mulheres europeias que preparamos para o vindeiro ano 2004, o 22 e 23 de Maio, na cidade de Vigo.

Novembro, 2003


ACTOS NO 25-N DE 2003


DIA INTERNACIONAL DE LUITA CONTRA A VIOLÊNCIA DE GÉNERO


FERROL - TERRA DE TRASANCOS

CONCENTRAÇOM NO CANTOM DE MOLINS DE FERROL ÀS 20:00 HS.

COMPOSTELA.-

CONCENTRAÇOM NA PRAÇA DE GALIZA ÀS 20HS

VIGO.-

CONCENTRAÇOM ÀS 20HS NA RUA DO PRINCIPE, FRENTE AO MARCO

PONTE-VEDRA.-

CONCENTRAÇOM NA PRAÇA DO 8 DE MARÇO ÀS 20HS

COSTA DA MORTE.-

CONCENTRAÇOM NA ALAMEDA DE CEE ÀS 20HS

A CORUNHA.-

CONCENTRAÇOM ÀS 20HS NO OBELISCO
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